Freitag, 8. April 2011

Regierung hält an Belo Monte fest und will OAS-Forderungen ignorieren

Die Regierung hält kompromisslos am Kraftwerksprojekt Belo Monte fest. Sie beteuert die Rechtmäßigkeit des Verfahrens sowie die Notwendigkeit des Stroms für Brasilien. Verteidigungsminister Nelson Jobim sagte, die OAS-Forderung nach einer einstweiligen Einstellung und Überprüfung des Verfahrens für Belo Monte "wird so zurück geschickt, wie sie angekommen ist".

In Brasília empfing Präsidentin Dilma Rousseff 500 Demonstrantinnen der Bewegung von durch Staudämme Betroffenen (MAB), die einen Stopp von Belo Monte forderten. Dabei betonte sie die Bedeutung der Wasserkraft für Brasiliens Wirtschaft. "Die riesigen Wasservorkommen bedeuten für Brasilien einen besonderen Reichtum. Aber es ist klar, dass es bezüglich sozialer, arbeitsrechtlicher und umweltschützender Aspekte keinen Gegensatz zwischen der Nutzung der Wasserkraft und den Interessen der betroffenen Bevölkerung geben darf", blieb sie sehr grundsätzlich. "Ich will nicht leichtfertig und demagogisch versprechen, dass wir alle Forderungen umsetzen werden. Aber ich werde mir alle sorgsam anhören und mein Bestes tun, um fast 100% davon zu erfüllen", sagte sie abschließend und fügte hinzu, dass "Wasser Leben ist und Energie die Quelle für das Leben.

Doch im Gespräch mit den Journalisten sagte ihr Sprecher und Generalsekretär der Präsidentschaft, Minister Gilberto Carvalho, "dass man über vieles reden könne, aber nicht über Belo Monte - das Kraftwerk sei beschlossene Sache." Die endgültige Umweltgenehmigung durch IBAMA ist dafür aber noch ausständig.

Die durch Staatsanwaltschaft, Umweltschutzbewegungen, NGOs und auch Bischof Erwin Kräutler wiederholt vorgebrachten Kritikpunkte kann die Regierung nämlich nicht wirklich entkräften, solange das Umweltinstitut IBAMA in der bisher erteilten Vor-Lizenz (mit 40 Bedingungen) davon ausgeht, dass die Zeit für wirkliche Untersuchungen nicht vorhanden war und die Ergebnisse unter politischem Druck entstanden seien, und solange sie die endgültige Lizenz für den Bau nicht erteilt.

Neben dem unzureichenden Artenschutz für Schildkröten und Fische wird vor allem Folgendes kritisiert:

* die Anhörungen der Betroffenen (indigenen Gemeinschaften und Siedler entlang des Flusses) gab es nicht, sie sind aber verpflichtend;

* über das Ausmaß der Überflutungen gibt es weder Informationen noch Maßnahmen dagegen. Neben dem künstlich angelegten Stausee von ca. 600 qkm wird der Xingu durch den 93 m hohen Damm flußaufwärts weit über die Ufer treten und dabei u.a. ein Drittel von Altamira überfluten.

NGOs protestieren in Pressemitteilungen über die Ablehnung der OAS-Forderung durch die Regierung. Das Indio-Institut Funai will die Definition für Indios neu überarbeiten, "weil sich viele Indios mit Weißen vermischt hätten oder bereits in Städten wohnten..."

Grafik der Überschwemmung von Altamira von Movimento Xingu Vivo:

Bürgerstimme
Und wieder haben Natur und Völker sich zu fügen – das Drama in Belo Monte
Stets gewinnt die Interessengemeinschaft der Wirtschaft in trauter Hochzeit mit der Politik, ganz egal wie aussagekräftig die berechtigt entrüsteten Argumente der Gegner sind. Auch in Belo Monte am Ufer des Xingu in Brasilien verhält es sich mit derselben eiskalten Gesetzmäßigkeit.

Jornal da CBN,7.4.2011
Comunidades indígenas não foram ouvidas em relação à construção de Belo Monte
Entrevista com Ubiratan Cazetta, procurador da República no Pará
Ouvir - Audio (portugiesisch)

Jornal da CBN, 6.4.2010
Sem diálogo com o governo, movimentos sociais levam questão de Belo Monte à ONU
Entrevista com Dom Erwin Kräutler, presidente do Conselho Indigenista Missionário (CIMI) e bispo do Xingu
Ouvir - Audio (portugiesisch)

Terra Notícias - 07/04/2011
Jobim diz que pedido da OEA será "devolvido como apareceu"
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, disse nesta quinta feira que o pedido da Comissão de Direitos Humanos da OEA (Organização dos Estados Americanos) para que seja suspensa a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu (PA), será "devolvido como apareceu".

Estadão, 7.4.2011
Governo afirma que não abre mão de Belo Monte
O ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência da República, disse hoje (7) que o governo não abre mão da construção da Usina Hidrelétrica Belo Monte. Após se encontrar com cerca de 450 mulheres do Movimento de Atingidos por Barragens (MAB), o ministro ponderou que outras reivindicações do grupo poderão ser objeto de diálogo com o governo, mas não Belo Monte. “Belo Monte não vai ter como atender”, disse o ministro, após o encontro que contou com a presença da presidenta Dilma Rousseff.

O Globo, 7.4.2011
Dilma recebe de movimento pedido para suspender Belo Monte
Ministro Gilberto Carvalho disse que governo não pode atender solicitação. Em evento com mulheres atingidas por barragens, ela defendeu hidrelétricas.

O Globo
Belo monte: Funai defende medidas adotadas para esclarecimento da população indígena

CIMI, 07/04/2011
FUNAI MENTE SOBRE BELO MONTE E RESSUSCITA CRITÉRIOS RACISTAS DE INDIANIDADE
Após a reação arrogante e equivocada do Ministério de Relações Exteriores à decisão da Organização dos Estados Americanos – OEA, que recomenda a suspensão do licenciamento da hidrelétrica de Belo Monte, mais uma representação governamental, a Fundação Nacional do Índio (Funai), revela o descontrole do Governo brasileiro ao receber tal recomendação. Em nota publicada no dia 5, há uma tentativa clara de confundir a opinião pública através da falsa informação da realização das consultas às comunidades indígenas, conforme estabelece o Artigo 231 da Constituição brasileira e a Convenção 169 da OIT.

Xingu Vivo, 8.4.2022
Nota Pública sobre a manifestação do Itamaraty a respeito da decisão da OEA sobre Belo Monte:
Itamaraty desconhece o procedimento do Sistema Interamericano de Direitos Humanos

CIMI, 8.4.2011
APIB repudia reação do Governo Brasileiro às Medidas Cautelares da OEA sobre Belo Monte