Freitag, 4. Mai 2012

Belo Monte: Streik wegen Strafzahlungen beendet

Die Gewerkschaft für Arbeiter von Industrieanlagen (Sintrapav) verlautbarte am Donnerstagabend (3.5.) das Ende der Streiks am Wasserkraftwerk Belo Monte, der am 23.4. begonnen worden war.

Der Rückzug wurde notwendig, weil das Baukonsortium Belo Monte auf der Einhebung des von der Justiz festgelegten täglichen Bußgeldes R$ 200.000 bestand.

Der Streik war am 25.4. durch richterliche Verfügung als illegal erklärt worden, weil neue Tarifverhandlungen erst im Novembr 2012 möglich wären. Die Anwälte der Gewerkschaft konnten bisher keine Aufhebung dieses Urteils erreichen.

"Das bedeutet nicht die sofortige Aufnahme der Arbeit. Die Unzufriedenheit unter den Arbeitern ist sehr groß, sie werden weiterhin fernbleiben", sagte Roginel Gobbo, Vizepräsident von Sintrapav.

Donnerstag und Freitag ist der monatliche Zahltag. Jeweils die Hälfte der 7.000 Arbeiter bekommen an einem Tag dienstfrei, um ihren Lohn in Altamira abzuholen.

Da sich die Bundesregierung bisher nicht an den Streikverhandlungen beteiligt hat, besuchte eine Delegation von Kongressabgeordneten am Donnerstag Altamira und die Baustellen von Belo Monte, um sich ein Bild über die Situation zu machen. Die Arbeiter klagten über die Arbeitsbedingungen, dass sie "nur essen und arbeiten" könnten. In der Region gebe es keine Freizeitmöglichkeiten, sie würden gern häufiger zu den Familien auf Urlaub fahren.

"Falls es nicht rasch zu einer Einigung zwischen dem Konsortium und der Gewerkschaft kommt, müssen wir uns in letzter Instanz an das Kabinett der Präsidentschaft wenden und über das Problem sprechen", sagte der Abgeordnete Laertius de Oliveira (PR-SE).

Die Gewerkschaft CPS-Conlutas verteilte in Altamira Flugblätter, warb um die Gunst der Arbeiter und warf Sintrapav Schwächen beim Verhandeln vor. Dahinter dürften die Gewerkschaftsbeiträge der Arbeiter in Millionhöhe sein, mit denen weitere Gewerkschaften spekulieren.

Aktualisierung:
Laut Folha wies das Arbeitsgericht den Einspruch von Sintrapav ab und bestätigte die Unrechtmäßigkeit des Streiks von Belo Monte. Der Grund dafür war allerdings ein fataler Formalfehler. Der Anwalt, der die Gewerkschaft vertrat, hatte vergessen, seine Bevollmächtigung durch die Gewerkschaft den Akten beizufügen.
Ob der Streik tatsächlich illegal war muss noch ein Tribunal entschieden. Das Urteil war nämlich nur von einem Richter als "vorläufige Verfügung" gefällt worden.

Folha, 3.5.2012
Sindicato dos trabalhadores declara fim da greve em Belo Monte
O Sintrapav (Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada) anunciou na noite desta quinta-feira o fim da greve na obra da usina hidrelétrica de Belo Monte, no oeste do Pará.
De acordo com o sindicato, o recuo ocorreu porque o CCBM (Consórcio Construtor de Belo Monte) pediu a execução da multa diária de R$ 200 mil fixada pela Justiça do Trabalho ao Sintrapav em razão do descumprimento de decisão que ordenara a retomada das atividades.
Procurado, o consórcio não confirmou o pedido de execução da multa.

Folha, 3.5.2012
Deputados levarão ao Planalto queixas de empregados de Belo Monte
Os deputados federais que visitaram nesta quinta-feira (3) as obras da hidrelétrica de Belo Monte, no oeste do Pará, vão levar ao governo federal as reclamações dos trabalhadores, que completaram 11 dias em greve.

Globo Online, 4.5.2012
Termina greve em Belo Monte, sob protesto do sindicato
Os trabalhadores da Usina Hidrelétrica de Belo Monte já estão retornando às atividades. A informação foi confirmada pelo vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada (Sintrapav), Roginel Gobbo. Segundo ele, o fator decisivo para esse retorno foi o "movimento jurídico adotado” pelo Consórcio Construtor de Belo Monte (CCBM).

Estado de S.Paulo, 6.5.2012
Centrais travam guerra, de Jirau a Belo Monte
Briga pela representação dos trabalhadores e pelas contribuições envolve, de um lado, a CSP-Conlutas, e de outro a Força ou a CUT

Folha, 10.5.2012
Justiça do Trabalho confirma ilegalidade de greve em Belo Monte
O TRT-8 (Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região, que inclui Pará e Amapá) rejeitou recurso do Sintrapav (Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada) contra a declaração de ilegalidade da greve na hidrelétrica de Belo Monte, no oeste do Pará. Um erro formal levou à rejeição do recurso. O advogado do sindicato responsável pela contestação não anexou no processo uma procuração da entidade que lhe daria poderes de representação.